Eu nem sei mais como aquela conversa estranha começou, só sei que o tempo todo eu pensava em colocar um ponto final. Terminar algo que nunca existiu. Mas que minha mente de garotinha teimava em acreditar na existência. Desde o começo eu sabia que ia dar errado, porque minha vida é um livro no qual todas as páginas parecem ser iguais. E eu até tenho medo de virá-las. Medo de que a história se repita. Pensei que com você poderia ser diferente. Não foi.
Você me disse que não tinha tempo. Tempo? Quando a gente quer estar com alguém, a gente arranja! Mas não fazia diferença, não é mesmo? Você sumia por uma semana, duas, um mês… e depois ressurgia me prometendo o mundo. Faz um favor pra mim? Dói dizer isso, mas não tem outro jeito. Não me procura mais, tá?
Deparei-me com sua indiferença como resposta. Antes, e mais ainda agora. Se você realmente se importasse não diria só e simplesmente “a escolha é sua”. Porque eu não tinha escolha. Aliás, tinha sim: continuar em algo que só me fazia mal ou parar por aqui. As duas opções eram ruins. Optei por uma em que meu sofrimento não fosse prolongado. E também, no máximo eu ia continuar a não ter alguém que nunca foi meu.
Lá no fundo eu desejava que como por mágica você mudasse de atitude. E viesse atrás de mim. E mudasse o rumo dessa história que começa e termina sempre no mesmíssimo lugar. De onde eu não consigo encontrar uma brecha para sair e mudar tudo. Não foi exatamente um tiro no próprio pé, mas a vida é feita de escolhas. Mais um clichê na minha vida de repetições excessivas.