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Encontro ruim

7 jan

Jaqueline estava na fila do banheiro e uma garota ruiva, de olhos grandes, ficava encarando. “Conheço de algum lugar”. Poucos minutos depois, estava retocando o batom, a menina parou bem a seu lado, encarando novamente. Jaqueline pensou “só faltava essa”, quando a garota lhe deu um empogado “oi”.

– Oi Judi. – e com um sorriso amarelo de quase pânico – Quanto tempo…

– Não se preocupe, o Bruno não está aqui.

– Aaah, que bom. – respondeu mais aliviada em saber que se ex não estava no mesmo bar naquela noite.

– Por que vocês terminaram mesmo? – Desenterrou Judite.

– Ah, bem, você sabe… ele não gostava de mim de verdade e me fez terminar. – disse Jaqueline, com um sorriso triste.

– Eu torcia tanto por vocês. – falou Judi com um ar romântico. – Eu e o japa queríamos muito sair em casal com vocês.

– Legal da sua parte, mas nunca fomos necessariamente um casal.

– E eu ainda tentei insistir depois que terminaram, tentei fazer o Bruno te convidar pra sair com a gente.

– É, ele me chamou algumas vezes – retrucou Jaqueline, com desconforto.

– Você deveria ter ido! – Reclamou a outra, abismada – vocês poderiam ter se reconciliado.

Jaqueline riu e resolver soltar tudo:

– Eu perguntei o que ele queria, me seguindo por aí e me convidando para sair com vocês toda hora… sabe o que ele me disse, Judi? Que queria minha amizade. Como é possível ser amiga de um ex? – Aos poucos subia a raiva. – Ele me chamou de egoísta quando falei que não ia conseguir lidar com a situação se ele quisesse ficar com otura pessoa na minha frente. E adivinha o que aconteceu depois de um tempo?

– O que? – Perguntou Judite, arregalando ainda mais seus olhos gigantes.

– Ele está numa relação poliamorosa com a Drica e mais uma menina! Óbvio que não daríamos certo. Ele sabia que eu jamais entraria num relacionamento assim. – Já estava virando as costas, a outra ainda branca e meio sem reação, mas voltou: – Vai dizer que não sabia?

– Não… – resmungou Judite – quem é amigo dele mesmo é o japa, eu não fico sabendo desses detalhes íntimos.

– Pois é. Ainda bem que ele não está aqui. Seria uma decepção encontrar aquela coisa. – Jaqueline olhou pro chão. Suspirou. Reergueu-se. – Vou lá beber, depois dessa.

Maria e Barbara estavam esperando Jaqueline no balcão, para brindar com cervejas geladas. Ela precisava de uma bebida, ainda estava com raiva.

– Nossa, migs, o que rolou?

Jaqueline não respondeu, levantou seu copo e brindaram. Virou a caneca de chopp na goela e pediu  para as amigas não fazerem perguntas.

Desencanto

6 jul

Eu ainda me lembro o jeito com que você me pedia, assim como não quisesse nada, para que eu dormisse na sua casa porque ao meu lado você dormia feito um bebê. Com alguma fórmula mágica, eu conseguia jogar sua insônia para bem longe. Me dei conta de que havia algo errado com a gente quando você voltou a passar noites em claro, mesmo comigo ali, deitada.

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Foto: Paula Paricio

Eu ainda me lembro de como, ao acordarmos com o sol batendo na sua janela, você falava no meu ouvido “desgraçada” quando estávamos de conchinha e eu empinava minha bunda na sua região pélvica. Sexo matinal era uma delícia – e também o melhor despertador -, e não nos importávamos de chegar atrasados em nossos trabalhos. O problema estava em quando deixamos de fazer isso.

Eu ainda me lembro de quando a gente cozinhava juntos. Ninguém ligava para as panelas sujas, a cebola queimada ou a fumaça de alguma fritura invadindo o apartamento. A gente sempre se divertia e ria juntos. Mas as horas preparando o jantar foram substituídas por lanches rápidos e improvisados.

Aos poucos o carinho foi morrendo, fazer amor tornou-se só sexo, e o próprio sexo entrou no modo automático. Antes a gente queria e dava um jeito, depois passamos a dar desculpas. O que antes era uma parceria em ir juntos a todos os lugares virou ausência e falta de convite um ao outro. As conversas diárias e alegres se transformaram em falta de diálogo, e a seguir em silêncio. Então veio a primeira briga, e com ela o desrespeito. Acabou.

“De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente”

(Soneto de Separação – Vinicius de Moraes)

 

 

CD quebrado

8 nov

Eu queria uma metáfora que pudesse minimamente explicar o que eu senti naquela noite. Aquela dor horrível no peito enquanto por dentro eu sangrava. Não era a sensação de um vidro quebrado, apesar dessa imagem ser bastante forte e mais poética. Mas não. Era algo como um CD partido ao meio. Sem estilhaços, apenas uma fenda, um racho tão profundo que cortava um ser frágil de alto a baixo. Sabe quando você faz força para quebrar um CD com as mãos? PÁ! Era isso. Assim, rápido, porém não menos indolor nem menos irreparável do que uma placa vítrea que se esfacelasse dentro de mim.

cd quebrado

Cada dor que a gente sente é diferente uma da outra, acho que nada no mundo vai ser parecido com aquilo. Foi um baque seco. PÁ! Apenas quebrou, não teve eco, não teve cacos ressoando pelo assoalho do coração. Depois veio o silêncio lá dentro, entrecortado apenas pelos meus soluços e pela tentativa desesperada de respirar. O cérebro parecia nem funcionar. E quando acordou só tentava entender por que você tinha feito o que fez.

Eu vejo agora o seu cinismo. Eu não percebi nada, nenhum comportamento diferente do usual. Como se admiraram meus amigos que estavam junto conosco naquela noite, a gente táva de casalzinho, juntinhos, alguns minutos antes. Você ainda me trouxe para casa e parou o carro no mesmo lugar de sempre. Eu me preparava para sair do carro e subir com você, como sempre fazíamos. Mas só entrei no meu apartamento com aquela dor excruciante, tudo que eu tinha. “Eu preciso falar com você”. Já te olhei assustada, e você disse que minha opinião sobre você iria do céu ao inferno em questão de segundos. Mas não foi raiva o que eu senti quando você me disse que sua ex-namorada viria para a cidade, queria vê-lo e você aceitara – porque afinal todo o sentimento que você achava que havia morrido de repente ressurgira. Eu me senti inferior, trocada, frágil, mas não senti raiva.

Você não foi sincero comigo nessa história. Talvez tenha ficado comigo para esquecer a outra, quem sabe. Ainda desconfio da veracidade do que você dizia sentir por mim e se você não estava mesmo pensando em outra pessoa quando estava do meu lado. Se ao menos tivesse me dado sinais de que um desastre poderia acontecer, ou demonstrado ser um cafajeste como tantos por aí, eu desconfiaria, saberia que tinha algo errado, ficaria alerta. Apenas no fim você foi sincero (e sinceridade quando não é dita da maneira certa machuca, entenda), e eu abri mão porque não via outra alternativa. Não queria rastejar por quem já havia deixado claro que não me queria. Mesmo de cabeça baixa, eu tinha de seguir em frente. Saí do carro e não olhei para trás.

Passados alguns dias, nos quais eu tratei de me afastar de você e cortar qualquer tipo de contato, fiquei imaginando se você viesse atrás de mim novamente. Ah, a esperança… por que raios a gente pensa nessas coisas? Eu não sei se conseguiria confiar em você novamente, pois dali um mês se desse a louca nela de vir te ver outra vez, você iria me largar de novo para ficar com ela. Eu não poderia ficar à mercê dessa garota. Nem conviver com a dúvida de que talvez você estivesse me enganando.  Eu acharia bem mais fácil que não viesse, como de fato aconteceu.

Ainda hoje não consigo entender os seus motivos para abandonar algo que, segundo você mesmo, estava sendo tão legal, tão gostoso. Não sei se foi só uma desculpa porque não sabia como acabar tudo. Talvez um dia eu venha a entender se passar por situação semelhante (francamente espero que algo assim nunca aconteça). E mesmo depois de tanto tempo eu não consigo sentir raiva. Eu tenho é medo. Medo de te encontrar nos lugares que frequento, nos lugares onde passo e sei que você pode estar, medo de que outra pessoa me machuque da forma como você fez. Que eu não possa mais voltar a tocar uma canção, ou não consiga ouvir outra música tão cedo.

Gratidão – parte 2

11 out
gratidão

Clique na foto e leia a primeira parte dessa história

Chegou em casa moída, os pés latejando, às oito da manhã. Mas estava feliz. Até poucos dias atrás, achava que não ia poder nem conseguir se divertir tão cedo novamente. E apenas dormiu.  Foi acordada pelo telefone, um amigo chamando para ir ao shopping. Mais uma amiga iria também, os encontraria mais tarde. Curtiu um belo almoço com a família que não via há meses. E mesmo cansada foi ver os amigos.

Estava lá com os dois, andando pelas lojas, de repente o telefone toca. Olhou o visor. Um número estranho, DDD 11, de São Paulo. De primeira, achou estranho. Mas aí teve um estalo. Será que era ele? Não, não podia ser. Atendeu, ainda estranhando. Era ele mesmo. Ela não podia esconder a voz de alegria, tinha gostado do moço. E, meu Deus, como assim ele estava ligando pra ela? Não podia acreditar naquela sorte. E ele queria sair com ela! E estava dizendo que ia até onde ela estava. Mais inacreditável ainda. Claro, com a autoestima lá no chão, só conseguia pensar que era a mulher mais feia e desinteressante do mundo. Só acreditaria quando ele estivesse bem ali, na sua frente.

Algum tempo depois, o celular toca de novo: cheguei ao shopping, onde você está? Seu queixo caiu. Respondeu onde estava, loja x, já ansiosa. Um minuto depois, nova ligação. Ele estava na frente da tal loja, esperando por ela. Deixou os amigos no caixa pagando as compras e foi encontrar o garoto. Toda sem jeito, mas com um sorriso bobo no rosto, os olhos brilhando. Mas não tanto quanto os dele. No instante em que se encontraram, ele fez uma coisa totalmente surpreendente: meteu-lhe logo um beijo. Assim, sem se segurar mesmo e sem rodeios ou timidez. E por que se seguraria? Disse que já havia feito o bastante disso na noite anterior.

Os amigos saíram da loja, vieram falar com eles e saber, nada curiosos, quem era “o bofe”. Depois inventaram alguma coisa e saíram de fino para deixar os dois sozinhos. Sentaram para tomar um chopp, ficar juntinhos e se conhecerem um pouco mais. Ele já ponderava que a distância não era nada, tinha uma irmã cujo namorado morava em Joinville (SC também), e que eles namoravam havia bastante tempo… ela cética por estar ouvindo aquelas coisas. Se perguntava como  ele podia pensar num relacionamento a distância… nem se conheciam  direito! Mesmo assim, achou aquelas palavras bonitas. Podiam ser promessas feitas no calor do momento, mas pelo menos existia algum calor.  Se sentiu querida, desejada… ainda mais porque ele não parava de dizer que ela era linda. Era tudo o que precisava.

Mas diz o velho ditado que tudo que é bom dura pouco. Logo ela precisava ir embora. Seu pai viria buscá-la, ainda precisava visitar sua madrinha, e terminar de arrumar a mala para pegar um avião cedinho.  Quando se despediram, ele a ergueu do chão, abraçando-a, e se beijaram de um jeito de tirar o fôlego.

No outro dia, sobrevoava algum ponto do litoral entre SP e SC, ouvindo música no mp3.  Repassava todo o fim de semana na cabeça, sorrindo – mas com algumas lágrimas – novamente com cada detalhe que recordava. Engraçada a vida. Às vezes coisas muito boas podem surgir das piores coisas que te acontecem.  Se não tivesse levado aquele fora, não teria tido a oportunidade de conhecer alguém tão legal e que lhe colocou no eixo novamente, lhe mostrou seu devido valor. Não imaginava que o mundo ia lhe provar que ainda existiam caras legais. Podia voltar a ter esperança. Podiam nunca mais tornar a se ver, podiam nunca mais se falar, mas aquela pessoa já tinha marcado de alguma forma. Ela lhe era grata, muito, muitíssimo. Uma curta história, mas que lhe abriu a mente e o coração de novo.

Gratidão – parte 1

27 ago

Fazia nada menos do que dez dias que ela tinha levado um belíssimo pé na bunda. Um fora tão doloroso e tão repentino que lhe tirou a vontade de sair de casa por uns dias, nem dormir ela conseguia. A única coisa que a distraiu nos dias que se seguiram foi a aula de dança. Normal um pouco de fossa.

Estava com passagem marcada para São Paulo, iria à formatura de duas amigas. Uma viagem que veio bem a calhar. Além de ver a família e os amigos, iria se distrair numa super festa que teria a presença da Banda Eva! Prato cheio para a recuperação. Já estava se sentindo super bem, empolgada, queria curtir! Mas nem sonhava que a viagem poderia ser melhor do que estava esperando.

Depois do primeiro final de semana sem ele, bebendo pra afogar as mágoas, chorando um monte e ouvindo músicas de fossa terríveis, sacudiu um pouco da poeira e começou a se dedicar a encontrar uma roupa para a ocasião, sapato, acessórios… afinal o próximo ia ser O final de semana! Estava fechada para balanço, homem não queria nem ver na frente, mas um pouco de diversão não faria mal algum.

Estava linda, poderosa, de vestido, salto alto, batom vermelho (a primeira vez que usava batom vermelho, que sempre pensara deixá-la com cara de puta). Ela e a amiga foram pegar um drink e eis que o barman era amigo do namorado dela. Ficaram ali conversando um tempo, e ele não parava de olhá-la.  Viraram as costas pra ir até a pista de dança, e nem bem saíram de perto do balcão, a amiga a puxa pelo braço, toda empolgada: “ele perguntou se você tem namorado!”. Ela se assustou, se perguntando se era com ela mesmo. Mas tinha notado que ele estava olhando demais. Preparava a bebida, olhava para ela… e sorria.

Um pouco mais tarde voltaram para pegar mais uma bebida. Ela trocou algumas palavrinhas com o moço, um fofo, e no final: “volta aqui de novo depois”. E ela voltou. Ficou na dúvida se deveria ir mesmo, mas foi. No meio do show, já estava meio cansada (e meio tonta), não conhecia as músicas que eles estavam tocando e que eram melosas. Foi até o bar. Conversaram um tempão, falaram até de astrologia e outras coisas esotéricas, assuntos que fascinavam os dois. Ele sabia ler mão, ela lia cartas. Até que ele lhe passou um papel e uma caneta. Anotou o facebook e o e-mail/msn/Skype. Não fazia muito sentido passar seu telefone porque morava longe. Ele os pega de volta, guarda no bolso e diz: “A gente se fala e combina alguma coisa”.

“Só tem um problema”, disse ela meio sem graça, e ele a olhou meio assutado: “o que?”

“Eu moro em Santa Catarina.”

Ele a olhou assustado de novo, e perguntou quando ela ia embora. Segunda-feira. Era sábado. Poderiam fazer alguma coisa amanhã, ele sugeriu. Ela não botou muita fé naquilo, mas aceitou o convite. Não tinha nada a perder, tinha? E pegou de volta o papel para anotar o número. Agora fazia um pouco de sentido. Conversaram mais um tempo para que ela esclarecesse porque morava tão longe. Mas depois saiu do bar para deixá-lo trabalhar em paz e acabou indo embora da festa sem se despedir dele.

Continua….

gratidão

Clique na foto para ler a segunda parte

 

* *

Esperar, esperança

5 jul

Parece que foi ontem, mas já faz um mês que a gente resolveu terminar. Tem um lapso aí no meio e eu não sei bem ao certo onde estive ou o que fiz esse tempo todo. Eu fico prolongando a minha dor pensando em tudo que aconteceu. É o meu modo de tocar a vida depois de tudo, não quero perder o que a gente viveu, não quero esquecer algo que foi bom. Sei que não deveria alimentar esses sentimentos, mas ainda tenho a sensação de que não acabou. Talvez seja porque eu não quero que acabe.

Mas, na real, tenho a sensação de estar te perdendo pela segunda vez: a primeira quando a gente terminou, agora porque você está me esquecendo. O término aconteceu numa boa (o que eu não sei ainda se é bom ou ruim), mas já não nos falamos como antes. No começo, você vinha e minha cabeça ficava em parafuso: qual é a dele? Mas então eu fiz a besteira de te pedir para não falar mais comigo em nenhuma rede social, nem skype ou whatsapp, e agora não sei mais se você não vem por respeito ao meu pedido ou porque não quer manter contato.

Por mais que eu tente resistir à vontade de falar com você, eu sempre vou. Não posso te ver online sem imaginar o que você está fazendo do outro lado, e se está me esperand0 ir falar com você. E se você fica off, eu saio também, porque não faz mais sentido continuar ali – e ainda por cima eu encaro cada postagem sua no Facebook (as frases, as músicas…) como uma indireta, será que são?,  e as curto desesperadamente para te mostrar que eu entendi o recado. Antes você insistia tanto em dizer que entrava nos chats da vida só para conversar comigo, e porque estava com saudades… daí eu me pergunto por que raios a gente terminou se ainda nos gostamos.

Não sei o que vai acontecer, eu só fico esperando você tomar alguma atitude, me chamar para sair, por exemplo. A minha última esperança de que alguma aconteça reside num livro meu que está sob sua custódia. Preciso ir buscá-lo. Óbvio que é a desculpa perfeita para que eu possa ver você de novo. E eu sei que tenho o poder de te fazer me desejar quando me encontrar. Quero que tudo que você sentia (ou sente?) volte! Quero que a gente volte.

Parece que enquanto você tem posse de um objeto meu, ainda temos algum vínculo. Quando eu o recuperar, será que vou ter outra chance para te ver, ou vou ter que arrumar uma nova desculpa? A minha única certeza agora é o nosso horário marcado para eu ir buscar na sua casa o tal livro. Estrategicamente na sexta-feira, caso você resolva me levar para fazer outra coisa. Já contando com essa possibilidade, dispensei as festas e baladas com a galera. Planejei isso a semana toda, um frio na barriga imenso.

Tive de sondar a sua irmã para saber alguma coisa sobre você. Segundo ela, você pretende me levar ao cinema, para ver a continuação do meu filme preferido – que é o seu também. Tomara que você faça isso mesmo, estou ansiosa. Você solucionaria o meu problema de ir assisti-lo, porque não há outra hipótese a não ser ir com você. Meus amigos disseram que iriam comigo, mas eu não quero ir com eles. Não são eles que eu quero. Ao mesmo tempo não quero tirar conclusões precipitadas… e se você só quiser ser meu amigo?

Eu só espero que não apenas eu chegue lá, você me devolva o que é meu e me dê tchau, dizendo que vai sair com os amigos. Se isso acontecer, o que vai me restar? Volto para casa, jogo o livro num canto, me atiro na cama e choro até dormir, enquanto todos se divertem. Mas não vai dar errado, não pode dar errado.

 

Resumo de livro

Livros e afins

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Arte Literária

“concebida como a arte da palavra materializada pela expressão do pensamento do artista seguindo as vivências relativas a cada época, a cada momento”

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Ópio Literário

por Cacau Correa

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